HOUSEWARMING

 

Inaugura dia 24 de Maio

Até 29 de Julho

 

A MONITOR tem o prazer de anunciar a abertura do seu novo espaço em Lisboa com a exposição coletiva HOUSEWARMING, com trabalhos de Astrid Sonne, Daniel V. Melim, Francisca Sousa, Guido van der Werve, Henrique Loja, Maja Escher, Eugénia Mussa, primeira desordem, Sérgio Carronha, Tomaso De Luca e Thomas Braida.

”Housewarming” é uma festa que celebra a mudança para um novo espaço, uma nova casa, sendo uma ocasião para anfitriões a apresentarem aos convidados. O termo “housewarming” tem origem no sentidoliteral do ato de aquecer uma nova casa e era uma prática comum nos tempos em que não existiaaquecimento central. Cada convidado trazia lenha e, em conjunto, acendiam a lareira. Para além de aquecer a casa, acreditava-se que esta prática expulsava os maus espíritos que permaneciam em casas desabitadas. Tendo como ponto de partida a ocasião e ideia de celebração de um novo lar, esta exposição coletiva reúne um conjunto de artistas portugueses e internacionais, cujas obras evocam ideias relacionadas com o espaçodoméstico e as suas relações com a esfera íntima e criativa.

O acesso à galeria faz-se através de uma fachada composta por uma vasta montra em vidro e arredondada que envolve a totalidade do espaço . Partindo deste aspeto particular da galeria, as obras presentes nesta sala sugerem também uma ligação com o exterior. Ao entrarmos, somos recebidos por duas obras “Palmeira G string” e “This Alien Leaves” dos primeira desordem. Estas peças são o mais recente resultado da pesquisa que têm vindo a desenvolver sobre os graffiti, onde têm vindo a retraçar desenhos anónimos e a transformá-los em altos-relevos brancos. No caso, as suas formas são o resultado de uma colagem em que combinaram desenhos do seu arquivo com outros que foram feitos nas janelas da galeria. No canto esquerdo da sala, “Horta” de Maja Escher transporta-nos de um ambiente urbano para um território rural onde tanto o exterior como o interior estão em uníssono com as leis da natureza. Esta instalação é composta por ervilhas verdes e secas, canas e diferentes utensílios de jardinagem feitos à mão em barro que trazem memórias de infância da artista, uma vez que a sua secura e cores remetem para a escassez de água na região do Alentejo. No chão da sala, as obras escultóricas de Astrid Sonne transformam, através de pequenos gestos de entalhe, um grupo de limões em bolas de ténis, um desporto praticado também ao ar livre.

No andar de baixo, na segunda sala, encontramos uma superfície vermelha envolve todo o espaço. Num ecrã, “Effugio c, you’re always half a day away” de Guido van der Werve juntamente com um trabalho de texto emoldurado. O filme, que faz parte de uma série de trabalhos que abordam a depressão, capta o artista a correr em círculos à volta da sua casa na Finlândia durante 12 horas seguidas, numa tentativa de escapar ao vazio, levando o seu corpo ao limite. Em frente a este vídeo, três trabalhos fotográficos de Tomaso De Luca. Estas peças foram concebidas pelo artista enquanto convidado numa residência privada de dois coleccionadores, onde começou a tirar auto-retratos em espelhos e outras superfícies reflectoras. Estas fotografias são inspiradas nas “thirst straps”, um tipo de fotografia comum entre os utilizadores de aplicações de encontros, em que, para atrair a atenção, as formas do corpo são modificadas, realçando músculos e curvas, muitas vezes ao ponto de alterar também a arquitectura circundante. Nestas obras, o artista leva este processo mais longe, quase ao ponto de o corpo e a casa se tornarem indistinguíveis. De forma semelhante, também nas telas arredondadas de Francisca Sousa encontramos um interesse pelo corpo e pela sexualidade, desta vez em relação ao género, à sexualidade e ao prazer feminino. Numa das paredes da galeria, encontramos o “honourable guest” de Henrique Loja, uma silhueta ampliada de um modelo de óculos dos anos 2000, uma figura fantasmagórica que domina toda a sala e as restantes obras. “Things are always full of people”, de Astrid Sonne, também utiliza uma estratégia semelhante de alteração de objectos domésticos, mostrando-nos como pequenas intervenções podem não só alterar a nossa percepção das coisas do quotidiano, como até animá-las.

Seguindo o tema da exposição, Thomas Braida apresenta uma cerâmica vidrada e uma pintura, onde em cada uma delas retrata dois cães que encontrou durante as suas recentes estadias em Portugal. Também nas obras de Sérgio Carronha encontramos figuras de animais, duas criaturas esculpidas e gravadas em mármore. Em “Fête Cosmique”, de Daniel Melim, encontramos uma figura com uma máscara do Carnaval da Bahia, no Brasil, dando-nos uma perspectiva de um momento alegre de comemoração a partir de uma geografia diferente. Por fim, “Helping Mom” de Eugénia Mussa e “Les debutant”, encerram esta mostra de inauguração com duas imagens de festa e domesticidade.

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Opening on the 24th of May from 17:00 to 21:00

Until the 29th of July 2023

 

MONITOR is pleased to present for the opening of its new home in Lisbon HOUSEWARMING, a group show with works by: Astrid Sonne, Daniel V. Melim, Francisca Sousa, Guido van der Werve, Henrique Loja, Maja Escher, Eugénia Mussa, primeira desordem, Sérgio Carronha, Tomaso De Luca and Thomas Braida.

A housewarming is a party that is celebrated when a person has just moved into a new home, it is an occasion for the hosts to present their new house to their friends and family. The term “housewarming” literally comes from the act of warming a new home and it was a common practice back in the days when central heating did not exist. On these occasions, each invited guest would bring wood as a gift and light up the fireplaces in the house. Taking as a starting point this special occasion for the gallery, this exhibition brings together a group of Portuguese and international artists, whose works evoke ideas related to the domestic space with its architectures, rituals, creatures, objects and their relations with the intimate and creative sphere. 

The gallery is accessed through a door on a vast rounded window shop that surrounds the entirety of the space. Departing from this particular aspect of the gallery, the works present in this room also suggest a connection with the exterior. As we enter, we are welcomed by two works by Palmeira G string and This Alien Leaves by primeira desordem. These pieces are the latest output from their ongoing research on graffiti, where they have been retracing anonymous drawings and transforming them into white high-reliefs. In the case of these works, their shapes are the result of a collage where they combined drawings from their archive with others that were made on the windows of the gallery. On the left corner of the room Horta by Maja Escher takes us from an urban environment to a rural territory where the outside as well as the inside are in unison with the laws of nature. This installation consists of green and dried peas, canes and different garden tools handmade in clay that bring back childhood memories from the artist, as their dryness and colors refer to the scarcity of water in the region of Alentejo. On the floor of the room, the sculptural works by Astrid Sonne transform through little carving gestures a group of fruits into balls of a famous outdoor sport.

Downstairs, in the second room a red moquette surrounds the entirety of the space. On a flat screen, we find Effugio c,you’re always half a day away by Guido van der Werve together with a framed text work. The film, which is part of a series of works that deal with depression, captures the artist running in circles around his house in Finland for 12 hours straight, in an attempt to escape emptiness by pushing his body to its limits. In front of this video, three photographic works by Tomaso De Luca. These pieces were conceived by the artist while being a guest in a private residency of two collectors, where he started taking self-portraits in mirrors and other reflecting surfaces. These pictures are Inspired by the thirst straps, a common type of pictures among dating app users, where in order to attract attention, the shapes of the body are modified, enhancing muscles and curves, often to the point of altering also the surrounding architecture. In these works the artist pushes this process further, almost to the point that the body and the house become indistinguishable. In a similar way, also in Francisca Sousa’s rounded canvases we find an interest in the body and sexuality, this time in relation to gender, sexuality and female pleasure. In one of the walls of the gallery, we find Henrique Loja’s honorable guest, an enlarged silhouette of a model of glasses coming from the 2000s, a phantasmagoric figure that oversees the whole room and the rest of the works. Things are always full of people by Astrid Sonne also employs a similar strategy of altering domestic objects, showing us how little interventions can not only change our perception of everyday things and even animate them. Following the theme of the show, Thomas Braida presents one glazed ceramic and one painting, where in each one he portrays two dogs he encountered during his recent stays in Portugal. Also in Sérgio Carronha’s works we find figures of animals, two uncanny creatures sculpted and engraved in marble. In Daniel Melim’s Fête Cosmique we find a figure wearing a mask from the Bahia Carnival in Brazil, giving us a perspective on a joyous moment of commemoration from a different geography. Finally, Eugénia Mussa’s Helping Mom and Les debutant, closing this housewarming show with two images of celebration and domesticity.